terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dá que Pensar

Todos têm terror do silêncio e da solidão e vivem a bombardear-se de telefonemas, mensagens escritas, mails e contactos no facebook e nas redes sociais da Net, onde se oferecem como amigos a quem nunca viram na vida. Em vez do silêncio, falam sem cessar; em vez de se encontrarem contactam-se, para não perder tempo; em vez de se descobrirem, expõem-se logo por inteiro: fotografias deles e dos filhos, das férias na neve e das festas de amigos em casa, a biografia das suas vidas, com amores antigos e actuais. E todos são bonitos, jovens, divertidos, "leves", disponiveís, sensíveis e interessantes. E por isso é que vivem esta estranha vida: porque, muito embora julguem poder ter o mundo ao pés, não aguentam nem um dia de solidão.

[No Teu Deserto - Miguel Sousa Tavares]

5 comentários:

Gonçalo disse...

Não diria que tenho um terror ao silêncio, mas admito que sou um amante da expressividade e discurso inteligente.
A solidão não me afecta porque acredito que haverá sempre amor na minha vida.
Sou um defensor das novas redes sociais, julgo que tudo o que vem para aumentar a comunicação entre as pessoas é uma mais-valia.
No entanto concordo com o Miguel Sousa Tavares, há pessoas que não sabem usar estas novas plataformas, e usam-nas para satisfazer os seus instintos mais selvagens, nem que para isso tenha de ser exposta a privacidade. Que estranha forma de vida, de facto...

Beijinhos para ti e um prémio no meu blogue. Justo! :)

Paty disse...

"há pessoas que não sabem usar estas novas plataformas, e usam-nas para satisfazer os seus instintos mais selvagens, nem que para isso tenha de ser exposta a privacidade"

É ISSO MESMO, GONÇALO!!! Que grande verdade essa. O mais triste ainda é quando acabam por expor outras pessoas que apenas querem estar em paz :(

Rafeiro Perfumado disse...

Mas há um belo dia em que começam a ver a realidade. As amizades nessas redes sociais é como o pó, parece pertencer ao nosso corpo mas uma leve brisa leva-o quase todo, só restando aqueles que têm realmente substância.

Beijoca.

Anónimo disse...

E a solidão às vezes sabe tão bem!

Paty disse...

Rafeiro Pefumado:

Obrigado pela visita ao Maktub!

Que restem as amaizades que realmente têm substância, pois essas é que importam.

Hyndra:

A solidação voluntária sabe bem e é para mim imprescindivél, (em certos momentos)...

Beijinhos